A rede social que mais cresce no mundo representa um desafio à gigante da internet, que está se movimentando e fazendo planos que pareciam improváveis até tempos atrás – o que esperar disso?

Que o Facebook é a rede social que mais cresce no mundo não resta dúvidas: o site fundado pelo jovem Mark Zuckerberg, ex-aluno de Harvard, coleciona 100.000 novos usuários ao dia, que fazem tudo o que podem fazer em outras redes sociais como o Orkut e o MySpace. Mas, como se sabe, o Facebook mudou seu posicionamento e agora pretende ser o mais completo índex de referências pessoais da web  – tarefa facilitada pelo fato de sua plataforma permitir aplicativos desenvolvidos e customizados por terceiros.

Com um total de 31 milhões de usuários, e voando a velocidade de cruzeiro, é possível imaginar o quanto os planos de Zuckerberg estejam chamando a atenção de uma empresa chamada Google. Afinal, quem mais poderia rivalizar com a gigante da internet pelo menos nas pretensões de se tornar o grande repositório de informações pessoais da rede?

O valor estimado do Facebook já atingiu valores presumidos que vão de 1 a 10 bilhões de dólares, bolada devidamente recusada por Zuckerberg, talvez esperando que as mudanças se consolidem para conseguir mais dinheiro ainda – ou então passar para a história como um dos grandes revolucionários da internet.

Não se sabe se ele terá tempo para tal, porém: blogs especializados começam a especular que Zuckerberg pode receber uma proposta da Microsoft para que a empresa compre parte das ações do Facebook, o que só esquentaria ainda mais  a briga entre a empresa de Bill Gates e o Google.

Pelo que se sabe, o Google já está se movimentando para reagir à blitzkrieg do Facebook: a empresa vem organizando uma série de encontros confidenciais nos quais seus participantes se debruçam sobre a questão. O cuidado é tanto que os participantes se comprometem, por escrito, a não divulgarem os termos do que é discutido nestas reuniões.

No entanto, alguns analistas foram ouvidos por blogueiros, em “off”, e revelam que uma das principais estratégias para combater o Facebook é tornar a plataforma Google ainda mais aberta do que a do concorrente. Para isso, a gigante se prepara para anunciar um novo pacote de APIs em novembro, que permitirá a desenvolvedores criar aplicativos para produtos Google como o Orkut e o iGoogle – com extensões para o Gmail, Google Talk etc.

Uma das mudanças esperadas com essa estratégia é o desenvolvimento de novos gadgets para o Orkut, desenvolvidos pelo Google e por terceiros – que permitiriam “transportar” os dados do Orkut fora dos domínios do Google, permitindo uma série de aplicações customizadas, inclusive com possibilidades comerciais, para todos os tipos de negócios.

Além disso, há quem diga que o Google irá permitir que outras redes sociais, como Bebo, Friendster, Digg e outras possam ter acesso às informações do Orkut através destes APIs de terceiros. Isto seria um diferencial interessante em relação ao Facebook, já que este permite que as aplicações de terceiros sejam desenvolvidas apenas dentro de seu próprio ambiente.

A longo prazo, o Google planeja adicionar uma “camada social” em toda a sua linha de serviços – inclusive a busca – , usando o Orkut como principal fonte de informações sociais, bem como as outras redes sociais “convidadas”, o que praticamente tornaria obrigatório para qualquer rede social se juntar ao Google para gerar distribuição, relevância e atenção.

Logicamente, se estas especulações se confirmarem, o Google certamente teria potencial para estragar os planos de Zuckerberg – mesmo se este contasse com o aval da Microsoft para continuar sua empreitada. No entanto, é preciso pensar em algumas questões:

– O Orkut tem seu impacto consideravelmente reduzido nos Estados Unidos – será que o Google apostaria numa rede social que é um sucesso local (leia-se Brasil e Índia) em detrimento de, talvez, uma compra de uma rede social menos “concentrada”?

– O Facebook é, atualmente, a face mais “cool” das redes sociais, o lugar onde todo mundo quer estar, e com uma aura de inovação que gera grande apelo aos internautas mais participativos. Será que esta característica não teria o poder de criar um “campo de proteção” à rede social de Zuckerberg, fazendo-a resistir aos avanços da turma de Sergey Brin e Larry Page?

-O Yahoo pode não ter uma rede social de grande expressividade, mas certamente seus produtos como o Yahoo! Answers, o del.icio.us e o Flickr têm um apelo bastante interessante para esta nova fase pós-Facebook. Qual o papel que a empresa de Jerry Yang terá neste caso?

-E, por último, mas não menos importante: é preciso lembrar que o MySpace, rede social que é fortíssima nos Estados Unidos e Europa é propriedade de um senhor chamado Rupert Murdoch, e que este não costuma entrar numa briga para perder.

Como se vê, redes sociais não são apenas uma questão de relacionamento – são redes que atraem peixes grandes, também.

Via:JumpExec